Apesar da ajuda que chega de todas frentes possíveis, por meio de ações de governos de todos os estados e, principalmente, pela gigantesca mobilização popular, o desabastecimento de comida é uma realidade no Rio Grande do Sul.
Com as enchentes históricas que atingem praticamente todo o estado e a consequente destruição de cidades, campos de plantações, indústrias e estradas, as dificuldades logísticas são imensas e há um grande temor de que a população gaúcha sofra, agora, com a fome.
A gravidade é tal, que a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a agropecuária nacional, emitiu uma nota comunicando a paralisação das maiores unidades frigoríficas do RS
Confira:
“Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção – o que poderá demorar mais de 30 dias”, disse a ABPA em nota.
Algumas unidades enfrentam impossibilidade de processar insumos ou de transportar colaboradores. O Rio Grande do Sul é responsável por 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de carne suína nacional, com produtos direcionados para consumo no próprio estado e para exportação.
A ABPA disse que, juntamente com seus associados e em apoio à Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e ao Sindicato das Indústrias Produtoras de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), está monitorando o quadro da avicultura e da suinocultura do estado.
“A prioridade, neste momento, é salvar vidas e permitir o necessário à sobrevivência daqueles que foram mais impactados e perderam tudo neste momento – entre colaboradores do setor, há relatos de perdas de todos os bens para as cheias”, disse a entidade.
“Também está na prioridade a alimentação dos animais que estão no campo. Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações.”
Fonte: Jornal da Cidade Online
Por: Donizete Bernardo Santos