Impossibilidade de processar insumos e de transportar funcionários tem sido apontada como um dos principais desafios, afetando a produção e a logística das empresas do setor. Nesta segunda-feira (06), o Conselho Diretivo da ABPA realizou uma reunião virtual para o mapeamento de medidas de apoio ao enfrentamento da crise.
Dez unidades produtoras de carne de aves e suínos no Rio Grande do Sul estão paralisadas ou com dificuldades operacionais devido às enchentes, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em comunicado divulgado nesta segunda-feira (06). A impossibilidade de processar insumos e de transportar funcionários tem sido apontada como um dos principais desafios, afetando a produção e a logística das empresas do setor.
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O estado gaúcho é responsável por 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas dos supermercados estaduais e para a exportação.
A ABPA alerta ainda que existe ameaça ao abastecimento até a normalização das operações. “Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção – o que poderá demorar mais de 30 dias”, ressalta na nota.
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A entidade afirma que, neste momento, a prioridade é salvar vidas e permitir o necessário à sobrevivência daqueles que foram mais impactos e perderam tudo. “Entre colaboradores do setor há relatos de perdas de todos os bens para as cheias. Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações”, salienta no documento, enfatizando que também está na prioridade a alimentação dos animais que estão no campo.
A ABPA junto com seus associados e em apoio à Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias Produtoras de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS) – entidades que estão na linha de frente – está monitorando o quadro da avicultura e da suinocultura do Estado, após os trágicos acontecimentos em curso desde a semana passada.
Nesta segunda-feira (06), o Conselho Diretivo da ABPA realizou uma reunião virtual para o mapeamento de medidas de apoio ao enfrentamento da crise. “As ações a serem adotadas estão em estudo – o foco de todos, neste momento, está no apoio às vítimas”, evidencia à nota
Chuvas intensas não dão trégua
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, na manhã desta segunda-feira (06), aviso nível vermelho, que indica grande perigo devido às chuvas intensas que atingem, sobretudo, a região Sudeste do Rio Grande do Sul.
O alerta é válido até meio dia desta terça-feira (07). De acordo com a previsão, as chuvas podem chegar a 100 milímetros (mm) por dia e os ventos podem alcançar 100 km/h. O Inmet prevê também queda de granizo, grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário.
Os municípios gaúchos que podem ser mais afetados são Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Pedras Altas, Jaguarão, Herval, Chuí e Arroio Grande.
Orientações
O Inmet tem orientado os moradores da região gaúcha para que priorizem a própria segurança. As primeiras dicas são para tirar os aparelhos elétricos das tomadas e desligar o quadro geral de energia. Diante da possibilidade de enxurradas ou eventos similares, os documentos, objetos de valor e outros papéis importantes devem ser colocados em sacos plásticos para evitar a umidade.
Devido ao risco de alagamentos, os habitantes devem procurar abrigo em locais seguros e, se possível, se deslocar para áreas mais elevadas das cidades. Em caso de situação de grande perigo confirmada, os cidadãos devem buscar informações na Defesa Civil municipal, por meio do telefone 199, se for necessário acionar o Corpo de Bombeiros Militar local, pelo telefone 193. Em ocorrências com necessidade imediata de socorro, outro número disponível é o da Polícia Militar, 190.
Saúde
Nas áreas inundadas por enchentes de rio, se possível, as pessoas devem evitar o contato com a água das ruas, pois pode estar contaminada e representar riscos à imediatos e futuros à saúde. Em situações de emergência, alimentos que tiveram contato com essas águas sujas também não devem ser consumidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os perigos estão as infecções, como leptospirose, tétano, hepatite A, doenças diarreicas agudas, dengue, entre outros. Além disso, o ambiente com entulhos e destroços aumenta o risco de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, cobras e aranhas.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: O Presente Rural
Por: Almi Coelho