O senador de Rondônia, dono de vastas extensões de terras, quer modificar o Código Florestal para permitir a redução da área de reserva legal de 80% para 50% em propriedades rurais situadas em florestasTudorondonia
Em meio às tragédias climáticas que assolam o Rio Grande do Sul, uma nova controvérsia se ergue no Senado Brasileiro. Nesta quarta-feira (8), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) discutirá o Projeto de Lei 3.334/2023, proposto por Jaime Bagattoli (PL-RO), um destacado membro da bancada ruralista. O projeto, endossado pelo relator Marcio Bittar (União-AC), visa modificar o Código Florestal para permitir a redução da área de reserva legal na Amazônia Legal, de 80% para 50% em propriedades rurais situadas em florestas.O texto surge no Parlamento simultaneamente a uma catástrofe climática no sul do país, que já registrou mais de 95 mortes e 131 desaparecidos devido a inundações. A iniciativa de Bagattoli, que argumenta que as normas atuais restringem excessivamente o desenvolvimento econômico na região, acontece em um contexto de preocupações globais com a integridade da Amazônia, que recentemente sofreu com uma seca sem precedentes e incêndios recordes.O Fundo Mundial para a Natureza (WWF Brasil) lançou um alerta, criticando o projeto por considerá-lo uma séria ameaça ao bioma amazônico. De acordo com a ONG, a redução das áreas de reserva legal não apenas ameaça a biodiversidade local, mas também o equilíbrio climático global. A organização destaca que qualquer facilitação do desmatamento neste momento crítico pode ter consequências irreversíveis para o clima mundial.