Os bastidores das eleições majoritárias estão a todo vapor em Porto Velho e, enquanto os partidos lutam para finalizar suas nominatas para vereadores, eis que uma questão envolvendo o vice-prefeito está dando o que falar. É quase certo que o União Brasil de Mariana Carvalho tenha um vice do PL de Bolsonaro. A união dos dois maiores partidos conservadores, numa chapa seria o grande sonho da Direita, mas pode se transformar em um pesadelo. Isso porque Mariana afastaria, num eventual segundo turno, o apoio da ala mais esquerdista, que, convenhamos, está em baixa, mas ainda tem o poder da militância que pode definir o apoio e ajudar a eleger um candidato. A esquerda possui aproximadamente 30% dos votos válidos da capital e já avisou que não dará apoio a qualquer partido que coligar com o PL de Bolsonaro. Ou seja, se Mariana fechar com o PL, vai perder os votos da esquerda. Pelo andar da carruagem, o segundo colocado seria o ex-deputado federal Léo Moraes (Podemos), que, de última hora, resolveu deixar o Detran para se candidatar. Leo já aparece bem, inclusive nas pesquisas eleitorais. Seria Léo Moraes quem herdaria, pelo menos parte dos 30% da ala esquerdista no segundo turno das eleições para prefeito de Porto Velho. Isso reforça mais uma vez a necessidade do PL caminhar sozinho e não ser coadjuvante em 2024. Para os conservadores que desacreditam e apostam no fim da esquerda, é possível lembrar que Marcos Rocha só ganhou as eleições do 2º. Turno (praticamente já ganha por Marcos Rogério) para o Governo em 2022, quando se aliou á esquerda. Não é à toa que em boa parte dos gabinetes do Governo Marcos Rocha (inclusive secretários) são ocupados por simpatizantes e apoiadores do Camarada Lula. Esse é o imbróglio: Mariana pode perder uma eleição da qual é muito favorita para um Léo Moraes que estava no ostracismo por uma decisão errada. Léo Moraes é quase um franco atirador, pois não tem muito dinheiro para gastar em campanha, não terá muito prejuízo político, pois estava ausente há quase dois anos na Política e pode herdar a Prefeitura de uma capital por conta de um escorregão do adversário. Pobre do PL que não terá chance alguma de ser protagonista e, caso mantenha a intenção de ser vice de qualquer partido que o aceite, continuará a ser coadjuvante, ao invés de se tornar um projeto político viável para os eleitores conservadores de Porto Velho.