O presidente Vítor Murta, que foi hoje reconduzido sem oposição para um segundo mandato seguido no Boavista, assentou a corrida ao triénio 2022-2024 num “trabalho que ainda não está terminado” no clube da I Liga de futebol.
“Vivemos um momento complexo na sociedade e a vida é feita de ciclos. Iniciámos um projeto há três anos, em que nos obrigámos juntos dos sócios a fazer um determinado trajeto, que penso que ainda não está concluído, porque o tempo não permitiu e estamos numa época difícil”, admitiu o líder dos ‘axadrezados’, em declarações aos jornalistas.
As eleições do Boavista decorreram entre as 10:00 e as 20:00, no Estádio do Bessa, no Porto, tendo a lista do atual líder da SAD mantido Manuel Tavares Rijo e Joaquim Carvalho à frente da mesa da assembleia-geral e do conselho fiscal, respetivamente.
“Fomos atacados pela covid-19, algo que ninguém esperava e veio trazer ao futebol um enorme prejuízo. Importa nesta fase, em que o Boavista vendeu as suas participações sociais da SAD ao acionista Gérard Lopez, que o presidente do clube seja, pelo menos durante algum tempo, o mesmo da SAD. É necessário afinar agulhas e projetar um futuro fantástico e excelente para ambos. Isso levou-me a assumir mais três anos”, agregou.
Apelando ainda ao “amor pelo Boavista” na sua recandidatura, Vítor Murta enalteceu uma “relação de muita proximidade” com o empresário hispano-luxemburguês, vincando que a manutenção das “pessoas da sua confiança” vai ajudar a superar “uma série de coisas”.
“Cada vez mais, a credibilidade é necessária para se atingir o sucesso. Temos muitas dificuldades e, se não o tivéssemos na Boavista SAD, seria muito difícil termos a porta aberta. O Boavista ainda não encontrou todas as soluções que lhe permitem ter mais de 100 anos de existência e há que consolidar esta relação. Não temos receitas para ser autossustentáveis e a entrada do acionista foi a solução para esse problema”, lembrou.
Gérard Lopez lançou recentemente uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para reforçar a participação na SAD até 90%, após a sua entrada já ter sido aprovada por unanimidade pelos sócios ‘axadrezados’, numa assembleia-geral ocorrida em 10 de outubro de 2020.
“Quem investe quer ganhar dinheiro. O Gérard Lopez gosta do Boavista, mas está aqui para ganhar dinheiro e isso traz-me satisfação, porque diz-me que há um projeto a longo prazo, que não se esgotará num curto espaço de tempo. Com esta conjugação, vamos conseguir levar o projeto a bom porto para ter um Boavista de muito sucesso”, apontou.
Questionado sobre a abordagem na reabertura do mercado de transferências, Vítor Murta manifestou “plena confiança” em “cada atleta do plantel”, remetendo a avaliação sobre possíveis negócios para o diálogo com o treinador Petit e restantes administradores.
“Independentemente do que às vezes se escreve, pensa ou diz, não tenho dúvida de que o Gérard Lopez gosta do Boavista e quer que seja um clube grande. O cuidado que teve em nos ajudar aparece ainda antes de ser acionista, numa fase em que as garantias de que lhe iríamos devolver dinheiro ou cumprir com as obrigações eram diminutas”, frisou.
O Boavista, 10.º colocado, com 17 pontos, recebe o Gil Vicente, quinto, com 26, no sábado, às 15:30, no Estádio do Bessa, no Porto, na abertura da 18.ª ronda da I Liga, a primeira da segunda volta, com arbitragem de Fábio Melo, da associação do Porto.
Fonte/Referência: https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/vitor-murta-recandidatou-se-por-ainda-nao-ter-terminado-trabalho-no-boavista