Campeonato entra numa nova era mais potente, mas também mais sustentável
O Mundial de Ralis de 2022 começa nesta quinta-feira, como é hábito, com o difícil e imprevisível Rali de Monte Carlo, mas, de forma inédita, este ano é o da estreia da era híbrida num campeonato que terá os dois maiores pilotos da história da competição a correrem em part-time.
Toyota, Hyundai e Ford mantêm-se como os três construtores oficiais do Mundial, mas agora adversários da nova categoria principal híbrida Rally1 com híbridos plug-in. Os carros são novos e, enquanto a equipa japonesa e a sul-coreana eletrificaram os respetivos Toyota Yaris e Hyundai i20 Coupé, no caso da M-Sport, o Fiesta é substituído pelo novo Puma híbrido.
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Os novos carros mantêm os mesmos motores de 1,6 litros utilizados desde 2011, mas os blocos a gasolina são complementados com motores elétricos com uma capacidade de 100 Kw (136 cavalos) – a caminho de serem os mais rápidos de sempre na competição e os mais ‘limpos’. O combustível utilizado será 100% renovável e as ligações far-se-ão em modo elétrico.
O contraponto com toda a potência disponível é feito com mais exigência em relação à condução. Há uma diminuição da influência da aerodinâmica (até como forma de controlar os custos) e deixa de haver difusor de ar na traseira ou aletas e o curso da suspensão será menor. Os pilotos deixam também de ter os comandos da caixa de velocidades no volante com o regresso a uma transmissão mecânica e perdem a ajuda de um diferencial ativo.
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Este vai ser um novo Mundial de Ralis não só com a sua estreia híbrida, mas sabendo-se que o campeão em título não irá fazer a sua defesa do troféu. Sébastien Ogier vai continuar com a Toyota, mas irá correr apenas algumas provas dividindo o Yaris ao longo do calendário com Esapekka Lappi.
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Também na M-Sport Ford vai estar outro campeão em part-time. Sébastien Loeb irá também fazer parte das provas dividindo um Puma com Adrien Fourmaux. E, como não há duas se três, situação idêntica de divisão acontecerá na Hyundai com Dani Sordo e Oliver Solberg.
Desta forma, os vencedores dos 17 dos últimos 18 campeonatos (Loeb com nove títulos e Ogier com oito) vão estar presentes, mas, desta vez, com ambos a prometerem lutas pontuais, mas não pelo Mundial. O único campeão do WRC que vai tentar em pleno repetir o feito é Ott Tanak – vencedor em 2019 por entre os títulos dos dois franceses.
O estónio divide as apostas da Hyundai para chegar ao titulo de Pilotos com o já eterno candidato Thierry Neuville nos dois i20N que vão estar a tempo inteiro a tentar bater a Toyota. A equipa campeã em título de Pilotos e Construtores aponta à revalidação com Elfy Evans (vice-campeão nas duas últimas edições com o Yaris) e com a coqueluche dos ralis: Kalle Rovanpera.
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A parceria entre a M-Sport e Ford tenta intrometer-se no duelo entre as equipas asiáticas com um novo ‘boost’ dado pelos estreantes Puma que serão pilotados a tempo inteiro por Craig Breen e Gus Greensmith.
Com 13 provas dividias por quatro continentes – e passagem por Portugal em maio –, o Mundial de Ralis de 2022 começa em Monte Carlo já nesta quinta-feira para a 90ª edição da histórica prova. Ao shakedown da manhã sucede-se o arranque à noite com duas especiais incluindo o regresso noturno ao clássico Col de Turini
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Sexta-feira é o dia mais longo do rali com três troços que se correm duas vezes no dia e sem serviço aos carros ao meio da jornada. No sábado, há três especiais de manhã, duas das quais serão repetidas durante a tarde e, no domingo, o rali termina com mais uma dose dupla de troços totalizando 15 especiais com 296 km cronometrados.
Calendário do Mundial:
20-23 de janeiro, Rali de Monte Carlo (asfalto)
24-27 de fevereiro, Rali da Suécia (neve)
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21-24 de abril, Rali da Croácia (asfalto)
19-22 de maio, Rali de Portugal (gravilha)
2-5 de junho, Rali de Itália (gravilha)
23-26 de junho, Rali do Quénia (gravilha)
14-17 de julho, Rali da Estónia (gravilha)
4-7 de agosto, Rali da Finlândia (gravilha)
18-21 de agosto – prova por anunciar
8-11 de setembro, Rali da Grécia (gravilha)
29 de setembro-2 de outubro, Rali da Nova Zelândia (gravilha)
20-23 de outubro, Rali de Espanha (asfalto)
10-13 de novembro, Rali do Japão (asfalto)
Fonte/Referência: https://autoportal.iol.pt/desporto/wrc/comeca-o-mundial-de-ralis-hibridos-em-monte-carlo-com-campeonissimos-em-part-time/20220119/61e7fb980cf21a10a41a706a