A geração moderna do Volkswagen Beetle também marcou uma era graças a um desenho nostálgico, mas ainda muito original
A vontade da Volkswagen em fazer renascer um ícone como o Beetle não podia ser encarada como se costuma fazer com qualquer outro modelo. Afinal, tratava-se de um dos automóveis mais icónicos do planeta e um lançamento desta envergadura, normalmente, tem um nível de risco elevado e uma enorme probabilidade de não correr da forma mais desejada. No entanto, numa conversa com Freeman Thomas, que fez parte da dupla responsável pelo desenho do novo modelo, voltámos um pouco atrás no tempo e relembrámos como tudo aconteceu.
A reincarnação moderna do Volkswagen Beetle começou por ser desenvolvida em 1993 com a presença de um motor elétrico. Mas mesmo antes de sequer ser construído o primeiro protótipo deste modelo em tamanho real, houve uma miniatura que foi levada até às praias da Califórnia para uma original sessão fotográfica.
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Um ano mais tarde, no Salão Automóvel de Detroit, a Volkswagen apresentou o seu Concept One, um modelo que prestava homenagem ao Beetle original, mas que incluía um visual muito mais moderno e uma configuração de motor dianteiro com tração nas rodas da frente. Para compor o ambiente, o vídeo de apresentação deste Concept em Detroit pedia a todos os presentes para se lembrarem do modelo original, com o objetivo de recordar a sua importância nos anos em que marcou uma época.
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Segundo Freeman Thomas, os jornalistas presentes no momento nem queriam abandonar o espaço da marca no Salão de Detroit. A única coisa que todos queriam era saber se a Volkswagen ia mesmo passar este modelo para a produção em série. O sucesso e a resposta dos jornalistas e do público foram simplesmente incríveis dando luz verde à Volkswagen para iniciar a produção.
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A equipa de Freeman Thomas ficou responsável pela criação de todos os detalhes internos e externos da versão final de produção usando os três arcos do modelo original como base, mas adicionando um desenho mais industrial e o toque da Bauhaus com uma personalidade mais vincada e calorosa, que deixaram o New Beetle com muito mais estilo, mas também bastante acessível.
O habitáculo do novo modelo contava com algumas das linhas da carroçaria, como na instrumentação, por exemplo, em que um simples arco era suficiente para todos os mostradores necessários. Thomas foi mesmo o autor do característico recipiente para flores do lado direito do painel de instrumentos, que servia de homenagem aos suportes de porcelana da Rosenthal nos modelos originais, mas que também trazia um pouco de Flower Power para o interior do novo modelo.
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A versão final foi apresentada em 1998 e o sucesso ficou garantido desde o início da sua comercialização. Cinco anos mais tarde, em 2003, foi apresentada a versão Cabrio com um sistema de capota desenhado especificamente para se aproximar o mais possível do modelo original.
O New Beetle “relembra a simplicidade do passado, quando as coisas eram inocentes, acessíveis e divertidas”. “Foi isso que o Beetle representou”, garante Thomas.
Fonte/Referência: https://autoportal.iol.pt/novidades/volkswagen/o-renascimento-do-iconico-beetle-o-nosso-carocha-na-cultura-pop-do-final-do-milenio/20220204/61fc35000cf2c7ea0f170788