Sergio Moro, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro do governo Bolsonaro que se lançou na corrida pelo Palácio do Planalto, tenta se colocar como um candidato fora do espectro extremista de seu antigo chefe, só que pelo anúncio feito nesta terça-feira (1°) por sua equipe, a pecha de radical de direita seguirá maculando sua figura. Ele agora tratará de “erotização das crianças” com setores evangélicos fundamentalistas, uma pauta bizantina que só existe na cabeça das frações obscurantistas que dão, ou deram, suporte ao atual presidente.
Com as alas mais ortodoxas do neopentecostalismo mantendo apoio a Bolsonaro e segmentos desse eleitorado migrando o voto para Lula, Moro resolver escrever uma carta com os “princípios cristãos” de seu projeto de governo, que será lançada em Fortaleza (CE) na próxima segunda-feira (7), para qual recebeu orientação do núcleo de campanha para evangélicos, coordenado pelo pastor Uziel Santana, ex-presidente e fundador da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), ligado à Igreja Batista.
A tal “erotização das crianças” é uma massaroca ideológica e religiosa que para alguns estaria restrita a questões impróprias ao público infantil, veiculadas na mídia e na internet, enquanto que para outros recebe definição mais elástica e engloba inclusive a educação sexual aplicada nas escolas, uma questão de saúde pública e indispensável à formação do indivíduo. O fato é que assunto representa uma agenda inócua que em nada trata dos problemas relevantes que impactam na vida dos brasileiros, ganhando eco apenas nas franjas extremistas do eleitorado.
Privatizar a Petrobras
Durante uma palestra para empresários em São José do Rio Preto (SP), na noite desta segunda-feira (1°), Sergio Moro classificou a Petrobras como uma empresa “atrasada”, numa fala em que tergiversou ainda, de maneira vaga e com clichês, por energias renováveis.
O ex-juiz disse que, diante desse diagnóstico dado por ele para a estatal petrolífera, a saída seria privatizá-la, uma outra pauta ligada ao bolsonarismo. Ele ainda foi além e propôs vender a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
“Cada privatização precisa avaliar o momento, mas meu viés é positivo. O assunto não pode ser um tabu, o Brasil precisa quebrar esses tabus. Outro exemplo são os bancos, a Caixa e o Banco do Brasil. Hoje temos os bancos digitais que é (sic) um modelo que deu certo. E estamos presos ao passado. Se for possível privatizar tudo, que se privatize tudo”, afirmou.
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Fonte/Referência: https://revistaforum.com.br/brasil/bolsonaro-talheres-moro-erotizacao-criancas-evangelicos/