JN/Agências
O ministro das Finanças, João Leão, assegurou esta segunda-feira que as medidas de apoio à economia e saúde adotados em dezembro devido ao agravamento da covid-19 no país “não alteram a previsão” de crescimento económico de 4,8% em 2021.
“Portugal conseguiu resistir bastante bem a esta fase da pandemia e não tivemos de impor medidas com grande impacto na economia e, portanto, espera-se que o valor de 4,8% previsto pelo Governo seja alcançado”, declarou o ministro de Estado e das Finanças, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas.
Em declarações prestadas à entrada para a reunião do Eurogrupo, o governante vincou que esses apoios orçamentais adotados no final de 2021 “não alteraram a previsão porque a economia portuguesa conseguiu resistir muito bem a esta fase da pandemia”.
“Tivemos de tomar algumas medidas de caráter orçamental para reforçar mais o SNS e mais despesas na área da Saúde e, em particular, em testes de covid-19 muito abrangentes em Portugal, mas em relação às perspetivas sobre crescimento económico esperamos que se chegue aos 4,8%”, reforçou João Leão, lembrando também as medidas de apoio à economia.
Em concreto, “em relação à dívida pública, vamos ter uma redução histórica, de 135% para 127%, com Portugal a aproximar-se de outros países”, estimou o ministro.
Relativamente ao défice, “também vai ficar ligeiramente abaixo do previsto e, pela sexta vez, o Governo vai cumprir as metas orçamentais previstas, o que é fundamental para a credibilidade e para as condições de financiamento do país”, adiantou João Leão.
“Os indicadores que temos apontam que [Portugal] vai conseguir atingir os 4,8%, que é uma recuperação notável e que, somando ao crescimento deste ano, vamos no espaço de dois anos subir cerca de 11%”, concluiu.
Na proposta do Orçamento do Estado para 2022, divulgada em outubro passado, o Governo estimou que a economia portuguesa deverá crescer 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022, revisões em alta face ao previsto no Programa de Estabilidade divulgado em abril (4,0% para este ano e 4,9% para 2022).
Em 2020, primeiro ano fortemente marcado pela pandemia de covid-19, a economia portuguesa contraiu 8,4%.
O défice público deverá ficar nos 4,3% do PIB em 2021 e descer para 3,2% em 2022, enquanto a taxa de desemprego cairá para os 6,5% no próximo ano, “atingindo o valor mais baixo desde 2003”, segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2022.
A dívida pública, há muito considerada por analistas e agências de notação como o ‘calcanhar de Aquiles’ da economia portuguesa, deverá reduzir-se para 126,9% do PIB este ano e 122,8% no próximo.
Fonte/Referência: https://www.jn.pt/economia/apoios-a-economia-e-saude-nao-alteram-previsao-de-subida-de-48-do-pib-14499238.html