Uma nova ocorrência de transfobia na casa mais vigiada do Brasil aconteceu na tarde deste sábado (22). Uma mensagem enviada pelo queridômetro, um dispositivo que recebe torpedos anônimos disparados por participantes e destinados a algum colega de confinamento, tinha um teor discriminatório e cruel contra Linn da Quebrada, a travesti que participa da edição 22 do BBB.
“Você está solteiro? Tem alguém perguntando…. kkkk”, dizia o pequeno texto enviado por um participante que não pôde ser identificado pelo público, usando o adjetivo no masculino, contra a vontade da participante que já reafirmou reiteradas vezes que quer ser referida por meio de desinências e pronomes femininos.
O grupo que participa da atração televisiva assistiu junto às mensagens que passavam numa grande tela na sala da casa. Linn permaneceu o tempo todo calada, sem se manifestar sobre a provocação transfóbica, enquanto outros participantes passaram a discutir sobre o ocorrido, principalmente especulando em relação a quem seria o autor do torpedo.
Na última quinta-feira (20), um episódio de transfobia já tinha ocorrido no programa e viralizou nas redes, provocando o repúdio de boa parte da audiência. Rodrigo Mussi, um participante bolsonarista, fez uma “piada” extremamente violenta utilizando o termo “traveco” para se referir a travestis e mulheres trans. Em conversa no quarto com outros participantes, o brother comentou que não conseguia esquecer uma história, também transfóbica, que Eliezer havia contado sobre “o pinto de um traveco”.
A fala de Rodrigo foi rapidamente repreendida por Vyni, Pedro Scooby e Maria. A cantora afirmou que o comentário “não foi legal”, enquanto o bacharel em Direito disse para ele não usar essa palavra. Já o surfista aconselhou o gerente comercial a procurar Linn da Quebrada e pedir para ela explicar os motivos de o termo não ser adequado.
Reação das redes
A reação da audiência nas redes sociais foi estrondosa. Se somados, os engajamentos das redes sociais dos principais defensores dos direitos LBGTQIA+ e perfis que cobrem a atração televisiva, passaram de centenas de milhares. A hashtag LINN MERECE RESPEITO, às 21h12 aparecia disparada em primeiro lugar nos trending topics do Twitter.
A vereadora paulista Erika Hilton (PSOL), mulher negra e trans, foi uma das primeiras autoridades públicas a sair em defesa de Linn nas redes.
“TRANSFOBIA É CRIME. E tá sendo reincidente no programa. Se não houver pronunciamento, o programa #BBB22 é cúmplice. Tem que haver pronunciamento do programa, ao vivo. LINN MERECE RESPEITO. É ELA! A TRAVESTI!”, escreveu a parlamentar.
A também vereadora e mulher negra trans Benny Briolly, de Niterói (RJ), fez coro com a indignação coletiva.
“SolteirA! Gente, qual é a dificuldade? Qual vai ser Tadeu Schmidt e Boninho??? Respeita a travesti! Um programa com tanta tecnologia deixou um absurdo desse passar?! Vamos querer, hein”, protestou.
Público exige providências da Globo
Personalidades e anônimos começaram um movimento nas redes cobrando providências da direção da Rede Globo por conta do novo episódio de transfobia. A pressão é para que Tadeu Schimdt, o apresentador da atração, e Boninho, o diretor do programa, se pronunciem formalmente sobre o caso e encontrei uma saída para identificar o autor da mensagem e puni-lo.
“Alo Tadeu Schimdt, TV Globo e BBB, a TRANSFOBIA velada que está rolando na casa com a Linn da Quebrada vai continuar sem qualquer intervenção da produção? Vamos agilizar isso aí, hein? Transfobia é CRIME! O que fizeram com Linn hoje nos “torpedos” precisa ser repreendido AO VIVO”, escreveu um usuário do Twitter identificado como Sidney Prescott.
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Fonte/Referência: https://revistaforum.com.br/blogs/popnoticias/novo-ato-transfobia-linn-no-bbb/