Vasco Seabra, treinador do Marítimo, em conferência de imprensa, depois do empate cedido diante do Estoril (0-0), no Estádio dos Barreiros, no jogo de abertura da 21.ª jornada da Liga:
– É esse um bocadinho o sentimento, de frustração. Foi um jogo muito capaz da nossa parte, domínio total do jogo, desde o primeiro ao minuto 97. Não passámos por calafrios, tivemos sempre o jogo controlado e dominado, criámos várias situações, tanto na primeira como na segunda parte. Com menos um, o Estoril ficou a defender ainda mais atrás, mas até aí o domínio já era muito grande, com muita gente sempre no último terço, com situações criadas e fica essa frustração.
– É importante sentirmos que para o Marítimo, um ponto já não chega, e esse é um sentimento que nos orgulha. Pela forma como a equipa se entregou ao jogo penso que é capaz de conseguir o golo. Fizemos praticamente 30 remates, tivemos uma bola no poste, oportunidades de golo isolados, por isso penso que a equipa forçou tudo. Fosse de cruzamento, jogo interior, remates de fora, tentámos de todas as formas. Cercámos completamente a baliza e não permitimos que o Estoril tivesse nada do jogo.
[Preocupado com a produção ofensiva ou confia nos avançados?]
– Sim, confio plenamente. Aquilo que não fizeram hoje vão fazer noutros jogos, não tenho dúvida nenhuma. Há coisas que não controlamos, infelizmente não controlamos o resultado, mas controlamos a nossa postura, a nossa atitude e a forma como fazemos as coisas e nos batemos por elas. Nisso eu penso que a equipa deu tudo o que tinha. Infelizmente a bola não entrou, acontece. Noutros jogos se calhar produzimos menos e conseguimos fazer golos. Tenho a certeza que com a produção que fizemos hoje e com a atitude que tivemos vamos ganhar mais vezes e a bola que não entrou vai entrar noutras ocasiões. Tenho confiança total nos três pontas de lança que tenho e também nos outros jogadores que rodeiam a posição, porque hoje tivemos várias ocasiões criadas por outros jogadores.
[Houve antijogo do Estoril?]
– Foi difícil, esperávamos um Estoril diferente. Esperávamos um Estoril a procurar dividir o jogo, a fazer aquilo que lhes é habitual. Penso que tivemos muito mérito na forma como pressionámos e fomos agressivos na busca da bola, mas sim, acho que foram demasiadas situações de quebra de jogo. Não creio que seja habitual no Estoril, mas tivemos de lidar com elas. Só queria fazer um reparo, porque não podemos beneficiar o infrator. Se tivermos de dar 15 minutos, devemos dar 15 minutos. Não estou a criticar a exibição do árbitro, mas tem de ser uma atitude de todos nós, temos de perceber que o jogo tem de andar.
[Primeiro jogo com Seabra em que o Marítimo não marca]
– Acho que tem 64 por cento de posse de bola, 28 remates, um deles ao poste, dois isolados, com boas defesas do guarda-redes, que cerca completamente a área do Estoril, isso diz muito do que nós produzimos. Como tal, acredito que tenha sido apenas um problema da bola não entrar. Foi o nosso primeiro jogo sem conseguir marcar, mas fizemos mais um jogo em que permitimos pouquíssimos remates ao adversário, e isso são motivos de orgulho. Sentirmos que ficamos frustrados por empatar com uma equipa que até há pouco tempo era a equipa sensação dá-nos entusiasmo e alegria de podermos ser cada vez mais competitivos.
Fonte/Referência: https://maisfutebol.iol.pt/liga/estoril/vasco-seabra-para-o-maritimo-um-ponto-ja-nao-chega