Coluna Almanaque: A LÓGICA DA RAZÃO CRÍTICA

Por Fábio Marques

A práxis política dos dias de hoje está uma casa da mãe Joana para ninguém colocar defeito. Qualquer pessoa que ocupe um cargo público é mal vista perante os cidadãos comuns. A imprensa denuncia, a população faz cobranças, mas quando resolvem apurar os fatos nada acontece. A justiça assiste a todos os descalabros calada e as pessoas se acomodam e ficam passivas. Alguns gatos pingados tentam até esboçar uma reação, mas esta reação acaba se perdendo no pântano de podridão que vem tomando de assalto a política.

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Enquanto isso ocorre em todo o Brasil, aqui por estas paragens os cidadãos estão sofrendo com um sistema de saúde medíocre, uma educação capenga, uma cidade sem nada para oferecer aos jovens que ficam sem uma bússola a mostrar-lhes o futuro, assaltos e roubos todos os dias nas manchetes dos sites de notícias. E agora? Quem poderá nos ajudar? Chapolin?

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É pela vontade do povo que se elegem aqueles que decidem os destinos da cidade. Ocorre que o povo só tem se deixado enganar nas últimas eleições. O povo só vai deixar de se iludir com os políticos quando passar a enxergar as coisas pelos olhos da lógica e do senso crítico e não das miragens e encantos dos discursos vazios. Incide também que o povo parece não fazer questão de se aprimorar. E só com a formação política que começa na vontade de querer conhecer é que se consegue distinguir e discernir entre a política positiva e a política canalha.

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Perguntas e respostas: o fato de ter senso crítico tem mudado alguma coisa no cenário da cidade? Não. O fato de não ter havido mudanças no cenário da cidade nos impede de sermos cidadãos críticos ou de termos opinião formada? Também não. A cidade carece de políticos honestos? Sim. A cidade carece que os cidadãos exijam do poder público acesso à educação, à saúde e as condições viáveis de vida condigna? Lógico. A cidade carece de políticas públicas de fato? Não tenham dúvidas.

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A cidade de Guajará-Mirim ta uma nojeira só. Esgoto a céu aberto, ruas empoçadas, avenidas repletas de buracos, matagal para tudo quanto é lado, trânsito sem sinalização, cidade sem logística alguma para qualquer morador. Portanto, ter senso crítico é amar esta cidade e não se conformar com este estado de coisas. É querer mudanças. É desejar uma cidade cada dia melhor para todos os cidadãos que aqui residem e trabalham.

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Por último, é preciso atentar para o fato de que afora a crise política, existe uma crise de omissão que parece produzir uma zona de conforto no painel das demandas. Todos os dias converso com pessoas de todos os tecidos sociais que me trazem reclames a respeito da situação mas que não tem coragem de se expor. É mister que as questões a respeito dos problemas de Guajará-Mirim sejam levadas ao patamar das discussões por todos os cidadãos que desejam mudanças para a cidade hoje entregue ao abandono e sem forças potenciais para reagir.

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela “opinião”, que é exclusiva do autor.